segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"Os medos tomaram conta de nossos corações", diz esotérica

Vivemos um tempo de urgências, de aberturas e fechamentos, de finalizações e inícios, de iras exacerbadas e muito pouco amor. Os dias passam vertiginosamente, o tempo e a vida seguem uma direção que nos confundem mais do que nos esclarecem e em meio a esse turbilhão de confusões estamos nós, soltos e cada vez menos enraizados em valores concretos que possam sustentar verdadeiramente uma sociedade, uma civilização.

Temos nos deixado levar por uma série de acontecimentos e excesso de informações que cada vez mais nos distanciam do contato com nossos sonhos, sentimentos e necessidades emocionais. Nos tornamos um pouco mais máquinas todos os dias, atrás de computadores e redes de relacionamentos virtuais que nunca se concretizam. Em meio a todo esse processo de desumanização que vivemos, de mecanização dos nossos sentimentos, nos queixamos da solidão em que, ingenuamente, por total ausência de crítica e consciência, estamos mergulhando.
Afinal o que está acontecendo com todos nós? Onde estão escondidas as dificuldades em se relacionar verdadeiramente, em nos entregar de corpo e alma às pessoas, aos amigos e ao amor, que tínhamos antigamente? Onde se esconderam nossos sonhos, nossos ideais de realização?
A verdade é que o mundo mudou, nós mudamos. Passamos nossos dias nos queixando das faltas que nós mesmos provocamos em nossas vidas. O cansaço, a preguiça e os medos tomaram conta de nossos corações, de nossas almas. E não damos mais nenhum passo em direção à nossa felicidade, em direção à realização de nossos sonhos, a não ser que esses passos nos tragam um benefício imediato, um aumento de salário, uma melhoria social e de status.
O que estamos fazendo de nossas vidas? Onde escondemos nossa capacidade de amar, de construir relacionamentos saudáveis e acreditar nas pessoas em nosso entorno? Ouço sempre as mesmas queixas no consultório: ah! Como eu queria alguém! No entanto, vejo a maioria das pessoas vivendo sós, mesmo acompanhadas! Existe mesmo a vontade de construir relacionamentos saudáveis? Existe a disponibilidade para encarar e aceitar os limites das pessoas que escolhemos para estar ao nosso lado? Parece que o vício do fast food contaminou toda nossa vida, nossos sonhos, como se pudéssemos encontrar um relacionamento pronto, carregado somente de coisas bonitas e realizações.
Será que um novo conto de fadas, mas desta vez sem final feliz, está se instalando no inconsciente do coletivo? A vida não é construída de contos de fadas, de príncipes e princesas de corpos perfeitos, mente aberta e corações blindados. A vida é feita de nós mesmos, eu e você que está lendo esta matéria, com corações que já foram feridos inúmeras vezes, com corpos imperfeitos e mentes em busca de equilíbrio.
Todos sabemos que o futuro é construído agora. Que espécie de futuro emocional estamos construindo para nós mesmos e para as gerações que nos sucedem? Afinal, já que é claro para a maioria de nós que valores passados já não funcionam mais, que tipo de valores estamos construindo neste século 21?

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