sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Como agir em um momento de impotência

Existem algumas situações ou momentos em nossas vidas em que nos sentimos perdidos e completamente impotentes diante da impossibilidade real de solução de algum problema. Todos já passamos por coisa semelhante e sabemos que os sentimentos que são desencadeados não são dos mais agradáveis.
O primeiro momento é de desespero. Esperneamos, gritamos, blasfemamos, não encontramos nenhuma saída. Analisamos a situação por todos os ângulos e nada. Passamos algumas noites em claro em busca de uma solução, mas a única coisa que sentimos é que os deuses deram as costas para nós.
Até que percebemos que, por mais que tentemos, não conseguimos chegar a uma solução satisfatória, então passamos a tentar exercer o controle, sem perceber a inutilidade e dispêndio de energia dessa atitude. Continuamos sofrendo, até que conseguimos perceber que a única saída que temos é aceitar a situação.
Impotência é a palavra que mais se adequa a esse sentimento. Precisamos entender e aceitar que nada acontece à toa, e quando estamos imersos em problemas e dificuldades perdemos a percepção e a consciência da necessidade de reflexão. O estado de impotência é um estado que vivemos em nossa fase pré verbal, ou seja, dentro do nosso processo evolutivo vivenciamos esse estado quando ainda somos bebês e dependemos totalmente do cuidado, proteção e acolhimento de nossos pais, especialmente de nossas mães.
Se nossa passagem por essa fase foi tranqüila, e devo dizer que em 90% dos casos não é, podemos passar por fases de impotência na idade adulta com certa confiança. No entanto, se essa fase foi conturbada e complicada, se vivenciamos momentos de profunda insegurança, na idade adulta os momentos de impotência são quase insuportáveis.
Todos nós temos uma tendência natural a buscar sentimentos de compensação para suportar de forma mais tranquila as dificuldades que a vida nos impõe. Quando nossos sentimentos de impotência são ainda inconscientes, buscamos construir dentro de nós sentimentos que compensem ou que anestesiem essa dor.
Ingenuamente, criamos uma proteção, uma defesa diante da vida para que a dor seja menos insuportável. Tornamo-nos super potentes, onipotentes, semideuses, ou pelo menos achamos que nos tornamos. E nessa ilusão de poder, vamos vivendo nossas vidas até que, com toda confiança que adquirimos, em um distraído vôo rasante, batemos em um grande muro de concreto e nos despedaçamos no chão. Se a situação se estende por muito tempo, quase sempre caímos em depressão.
Mas qual a mensagem que o Universo está nos enviando quando somos obrigados a enfrentar nossa impotência?
Devemos saber, antes de mais nada, que não podemos tudo, que quase nada está sob nosso controle e que a entrega é nosso maior aprendizado. Devemos fazer tudo da melhor maneira. No entanto, algo sempre foge do nosso controle. Sempre há algo que nos escapa, simplesmente porque não somos deuses. E é por esse motivo que a entrega e a humildade são nossos maiores aprendizados.
O que nos resta, quando passamos por essas situações, a não ser entregar a solução nas mãos de algo ou alguém maior do que nós? Não foi o que fomos obrigados a fazer quando éramos bebês? Temos outra saída? Não, não temos. E esse é o momento mais difícil. Sentar, relaxar, meditar e entregar a Deus e ao Universo toda situação, pois, quando o problema é maior do que nós, simplesmente não podemos resolvê-lo.

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