terça-feira, 1 de novembro de 2011

Devido à nossa ignorância, aprendemos com a dor

Um paradigma é um modelo, através do qual uma pessoa ou toda sociedade funciona. São modelos de funcionamento a serem seguidos segundo alguns conceitos e teorias, que naturalmente se espalham e constroem uma nova forma de se relacionar com a própria vida.
Nossa civilização se encontra em uma encruzilhada. Criamos um mundo à nossa volta para sermos servidos e saciados em nossas necessidades. Utilizamos-nos de todos os recursos disponíveis, indiscriminadamente, certeza de que esses mesmos recursos estariam à nossa disposição por toda nossa existência. Hoje chegamos aonde estamos. Como disse Gandhi: "Sempre houve o suficiente para todas as necessidades humanas; nunca haverá o suficiente para a cobiça humana".
Chegamos ao limite do suportável e agora devemos trabalhar no sentido de aliviarmos a dor e a ameaça que está diante de nós e que, no entanto, fomos nós mesmos que criamos. Há várias maneiras de colaborar e dirimir o estrago que causamos; várias coisas que podemos fazer individualmente para a preservação do que sobreviveu à nossa indiscutível, mas mal direcionada força criativa.
Fizemos uma escolha, mas cometemos muitos erros. Agora temos um bom trabalho pela frente. Ou se preferir, este é o carma que construímos e que devemos transformar, resultado de nossa irresponsabilidade e inconsequência.
Ironicamente, devido a essa mesma inconsequência, estamos nos tornando mais e mais seres coletivos e cooperativos na busca de soluções para nossa salvação neste iluminado planeta Terra. Mais uma vez, devido à nossa ignorância, aprendemos com a dor.
Concomitantemente a esse movimento de união e cooperação, a nova física nos apresenta uma versão moderna do idealismo monista, (cultura indiana) que, lentamente, se torna a construção científica desse novo paradigma. O idealismo monista prega que matéria e mente são partes integrantes de uma mesma realidade. É uma filosofia que postula que tudo, incluindo a matéria, existe na consciência e é por ela manipulado. Com isso o idealismo monista não postula que a matéria não é real, mas que é secundária e mais, submetida à consciência.
Na era anterior, vivemos sob o paradigma de um mundo material onde a vida, o mundo e o Universo são isentos de qualquer significado espiritual. Espírito e matéria precisaram separar-se em nome da evolução da ciência, caso contrário, esta deveria submeter-se ao poder da religião.
Dentro do raciocínio monista, a consciência tem um papel não só fundamental, mas central e, por meio dela, podemos reconhecer como parte integrante e natural do Homem, fenômenos e experiências espirituais. Imersos na visão mecanicista, lentamente compartimentamos toda vida, incluindo nossos corpos, mentes e espíritos. Ao invés da unidade com a natureza, a consciência afastou-se dela. Este deve ser um momento de séria reflexão e reavaliação de nossos verdadeiros valores e visão de mundo.
De que forma poderemos mudar o rumo de nossa história?
Quando acreditamos que o funcionamento do mundo e de toda vida é semelhante a uma máquina, assim nos tratamos a nós e aos nossos irmãos planetários, como máquinas. E como máquinas somos descartados quando diminui nossa capacidade produtiva. Se a realidade do mundo
é material, então os bens materiais são os construtores de nossa felicidade. Enquanto aceitarmos esse modelo de funcionamento, viveremos em conflito, em estado permanente de confusão.

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